Introdução
Nos últimos cem
anos, a humanidade avançou científica e tecnologicamente de forma antes
inimaginável. Este fato, além de ter propiciado um grande aumento na qualidade
de vida de boa parte da população global, possibilitou um enorme salto na
capacidade de exploração dos recursos naturais. Através destas novas
tecnologias de altíssima eficiência produtiva, a cobertura vegetal do planeta
nos últimos cem anos foi, especialmente nas últimas décadas, quase
completamente alterada, provocando mudanças no ciclo natural que rege a vida na
Terra e ordena diversas atividades humanas. Muitos estudos acadêmicos têm
apontado a importância das florestas e ambientes naturais na manutenção das
condições de vida do planeta. Também a sociedade civil em sua grande parte já
reconhece como necessidade imediata a preservação das florestas e outros
ambientes naturais remanescentes.
Entre os
ecossistemas que ainda não sofreram substancial degradação e fragmentação da
cobertura vegetal, a Amazônia se destaca pela extraordinária continuidade de
suas florestas, pela extensão de sua rede hidrográfica, pelas sutis variações
de seus ecossistemas e pela incomparável biodiversidade (AB’SÁBER, 1994).
Atualmente, tanto os cientistas como a opinião pública global compartilham a
consciência da importância desta grande floresta para o equilíbrio de diversos
ciclos biogeoquímicos planetários.
Embora a Floresta
Amazônica ainda se encontre em sua maior porção preservada e íntegra, quando se
toma em conta seu histórico de degradação surge grande motivo de preocupação:
até 1960 a Floresta se manteve praticamente intacta, mas, a partir desta
década, foram bruscamente eliminados em menos de 20 anos de 10 a 12% da
cobertura vegetal original (AB’SÁBER, 1994). Este panorama indica que, se não forem tomadas as
devidas atitudes, a paisagem e a estrutura da maior floresta do planeta podem
ser completamente alteradas em um curto intervalo de poucas décadas, com ônus provável a quase todos os
habitantes do planeta.
Embora, se comparadas
com as das décadas passadas as taxas de desmatamento na Amazônia tenham
diminuído com as medidas de fiscalização e controle que o governo brasileiro
tem imposto às atividades com grande potencial destrutivo, a maior ameaça à
floresta persiste, pois está relacionada ao fato de a sociedade brasileira
ainda encontrar sérias dificuldades em conjugar desenvolvimento socioeconômico
com conservação da natureza. No Brasil ainda hoje persiste o antigo paradigma
desenvolvimentista herdado do governo militar que procura implantar o desenvolvimento
territorial por meio de grandes projetos, tais como o antigo Projeto Grande
Carajás e o atual Complexo Madeira. Esta estratégia age favorecendo interesses
políticos e econômicos em detrimento dos fortes impactos ambientais e muitas
vezes gera resultados dissociados do que possa ser julgado como desenvolvimento
social.
Na outra face
desta questão, com o ensejo de preservar a floresta da destruição, a ideologia
preservacionista preconiza a criação de grandes áreas naturais protegidas de
onde, no intuito de conservar o caráter pristino do ecossistema, qualquer
presença humana deve ser excluída.
Embora este paradigma possua uma justificativa ecológica parte de um
pressuposto incorreto, pois desconsidera que a paisagem de natureza pujante que
hoje se observa – e que se almeja conservar – na Amazônia, ao contrário de ser
intocada como se imagina, é fruto da interação das comunidades indígenas com a
floresta nos últimos 10.000 anos. Até mesmo as comunidades que passaram a habitar
a floresta somente no decorrer do século passado, as ditas comunidades
tradicionais – seringueiros, castanheiros, ribeirinhos –, a exemplo dos
indígenas souberam conviver em simbiose com a floresta sem destruí-la.
O modelo
preservacionista, sendo o extremo oposto do programa desenvolvimentista, ao
invés de ser alternativo, compõe junto a este um plano de desenvolvimento para
o território amazônico, onde as unidades de conservação servem como moeda de
troca pela destruição causada pelo “progresso”, que desta forma nunca é
repensado. Para as populações indígenas e tradicionais, cujos modos de vida são
de fato alternativos ao progresso, tanto a criação de unidades de conservação
de proteção integral quanto os programas desenvolvimentistas são causas de profundos
impactos sociais, desterritorializando-as e criando um desplanejado processo de
imigração que afeta negativamente as localidades do entorno das unidades.
O NAPRA
Neste contexto, o Núcleo de
Apoio à População Ribeirinha da Amazônia (NAPRA) surgiu com a missão de apoiar
as populações cujo modo de vida e saberes tradicionais consideramos a base para
a criação de um modelo sustentável de desenvolvimento para região amazônica. A
Instituição iniciou suas atividades em 1993, atuando na região do Rio Madeira,
entre os municípios de Porto Velho, no estado de Rondônia, e Humaitá, no estado
do Amazonas, a partir de uma ação assistencialista de um grupo de estudantes de
medicina, ligada à Universidade São Francisco em São Paulo. Com o passar dos
anos foram surgindo novos núcleos Regionais que envolveram um número maior de
voluntários de diferentes áreas do conhecimento, o que possibilitou o
desenvolvimento de projetos também nas áreas de Educação e Geração de Renda.
Essa atuação com novas perspectivas conquistou
a credibilidade junto às comunidades ribeirinhas e seus parceiros, e assim a
Instituição ampliou sua rede de parcerias e estreitou laços com diversas
organizações governamentais e não-governamentais, empresas privadas e outras
universidades com quem compartilha princípios.
A partir do objetivo de fortalecer as
populações tradicionais da Amazônia valorizando sua cultura e contribuindo para
o desenvolvimento sustentável das comunidades, em determinado momento
percebeu-se a necessidade de preparar mais solidamente os voluntários. Em XXXX foi criado um
processo de formação sobre o contexto Amazônico que, com o tempo, se aprofundou
e ganhou importância própria. Hoje a preparação dos integrantes do NAPRA
engloba um trabalho de formação multidisciplinar extensiva, cuja temática vai de
desde a contextualização dos aspectos socioambientais da Amazônia brasileira, a
educação diferenciada e a saúde dos povos da floresta, até os sistemas de
produção que mantém a floresta em pé. Tudo visando preparar o voluntário para a
elaboração de projetos para a intervenção social comunitária, considerando o
viés interdisciplinar e transcultural e com base na educação popular e na
valorização das práticas tradicionais e sustentáveis, para que as ações do
NAPRA sejam pautadas em um princípio básico: os moradores das comunidades
apoiadas devem ser os protagonistas dos projetos, exercendo suas condições de
agentes e se engajando na construção do seu próprio futuro.
Desta maneira, o trabalho do
NAPRA tem duas faces que se complementam: de um lado os projetos construídos
pelas equipes, em parceria com as comunidades, são aplicados diretamente em
campo por meio de uma imersão na Amazônia, de outro a formação não só prepara o
voluntário para sua atuação, como cria fora da região norte uma massa crítica
que compreende profundamente as peculiaridades do contexto socioambiental
amazônico, os dilemas do desenvolvimento convencional e o papel dos povos e
populações tradicionais e as áreas protegidas na construção de alternativas
sustentáveis de desenvolvimento para região. A experiência com o NAPRA já
inspirou várias pessoas a levar sua vida profissional para a Amazônia.
Ao longo da
existência do NAPRA, já passaram pelo processo de formação cerca de xx profissionais e yy estudantes, de
diferentes áreas do conhecimento, tais como: educação, pedagogia, comunicação,
ciências sociais, antropologia, serviço social, psicologia, medicina,
odontologia, enfermagem, biologia, fisioterapia, engenharia de produção,
engenharia ambiental, gestão ambiental, engenharia florestal entre outras.
Atualmente, o NAPRA conta com
5 Regionais – São Paulo, Campinas, São Carlos, Catanduva e Porto Velho – sendo
as 4 primeiras mais relacionadas à formação e a última ao acompanhamento
contínuo dos projetos desenvolvidos nas comunidades. Os recursos para
manutenção da ONG são oriundos, principalmente, de doações de pessoas físicas e
jurídicas, e de parcerias com universidades, como a USP e a FAMECA.
Eventualmente foram acessados editais específicos, como por exemplo, o do
Centro de Apoio Socioambiental (CASA), em 2010.
(Para uma melhor
visualização dos trabalhos que essas equipes realizaram, elencamos no quadro no
segue os mais expressivos resultados obtidos no período de 2006 a 2015 de atuação da
ONG junto às comunidades ribeirinhas da Amazônia).
OBJETIVOS
OBJETIVO
GERAL
Promover a formação de estudantes e
profissionais sobre o contexto amazônico e em ações operacionais e estratégicas
para lidar com os desafios socioambientais da Amazônia Brasileira.
1. Promover
a formação de estudantes e profissionais do estado de São Paulo sobre os
desafios socioambientais da Amazônia brasileira e nos subsídios teóricos e
práticos para a elaboração de projetos de intervenção socioambiental no
contexto amazônico, tendo como ponto de partida as comunidades do Rio Madeira;
2. Promover
a participação de ribeirinhos das comunidades em que o NAPRA atua no processo
de formação em São Paulo;
3.
Realizar atuação voluntária
nas áreas de saúde, educação e produção em comunidades da região do Baixo
Madeira em Rondônia;
4. Promover
o debate sobre os desafios socioambientais da Amazônia brasileira em
instituições de Ensino no Estado de São Paulo
através da realização de um seminário.
5.
Promover o debate sobre os
desafios socioambientais da Amazônia brasileira em instituições de Ensino de
Rondônia através da realização de um seminário.
METAS
- Objetivo Específico 1:
- Formar 60 estudantes e profissionais;
- Indicadores de Execução:
- 60 pessoas que participaram em pelo
menos 80% das atividades da formação;
- 60 voluntários atuando nas comunidades
em Rondônia
- Meios de Verificação:
- Lista de Presença
- Relatório das atividades
- Relatório Fotográfico
- Objetivo Específico 2:
- Proporcionar a participação de 4 jovens
ribeirinhos no processo de formação em São Paulo;
- Indicadores de Execução:
- 4 jovens ribeirinhos participando em
pelo menos 80% das atividades de formação;
- Meios de Verificação:
- Lista de presença
- Cartão de embarque
- Relatório das atividades
- Relatório fotográfico
- Objetivo Específico 3:
- Elaborar e executar 2 projetos para 4
comunidades ribeirinhas;
- Indicadores de Execução:
- 2 projetos elaborados para cada
comunidade;
- Projetos executados;
- Meios de Verificação:
- Projetos publicados no site do NAPRA;
- Relatório das atividades;
- Relatório Fotográfico;
- Questionário de avaliação dos projetos
pelos comunitários;
- Objetivo Específico 4:
- Realizar um seminário sobre as questões
socioambientais amazônicas em parceria com uma universidade do estado de
São Paulo;
- Indicadores de Execução:
- Seminário realizado
- Meios de Verificação:
- Lista de presença
- Relatório dos espaços;
- Relatório Fotográfico;
- Objetivo Específico 5:
- Realizar um seminário sobre as questões
socioambientais amazônicas em parceria com uma universidade do estado de
Rondônia.
- Indicadores de Execução:
- Seminário realizado
- Meios de Verificação:
- Lista de presença
- Relatório dos espaços;
- Relatório Fotográfico;
Resultados
Esperados
Espera-se
que os participantes da formação desenvolvam:
- Consciência
da necessidade de um desenvolvimento diferenciado para a Amazônia e o
papel dos povos da floresta na construção de um novo modelo;
- Capacidade
de compreender a realidade dos povos da floresta e de construir projetos
que beneficiem as comunidades tendo os próprios comunitários como
protagonistas;
- Sejam
motivados a se envolver profissionalmente com a questão socioambiental
amazônica.
Espera-se que as comunidades alvo dos projetos:
- Sejam
beneficiadas com ações pontuais a curto prazo;
- Desenvolvam
emancipação e responsabilidade social a longo prazo;
- Desenvolvam
um senso de importância relacionado a seu modo de vida simbiótico com a
floresta.
Espera-se que os participantes do seminário:
- Sejam
introduzidos na temática do impacto do desenvolvimento convencional na
Amazônia e o papel dos povos da floresta na criação de um novo modelo para
região;
- Desenvolvam
interesse pelas questões amazônica.
Justificativa
Apesar de ter importância global
reconhecida quase unanimemente, a Amazônia é uma desconhecida para a grande
parte dos brasileiros. Todos sabem que é um território ameaçado, que o
desmatamento está avançando, que existem povos indígenas, mas muito pouco além
disso. Desta maneira, decisões acerca deste patrimônio coletivo são tomadas na
esfera política sem ninguém dar-se conta de seus impactos. Por exemplo, fora do
território impactado pela obra são pouquíssimas pessoas que sabem algo das
questões envolvendo a UHE de Belo Monte, mesmo sendo a maior obra já financiada
por um governo brasileiro e gerando um impacto gigantesco sobre a floresta.
Assim, é muito importante para o futuro da floresta que mais e mais pessoas por
todo o Brasil tenham uma opinião bem embasada sobre as alternativas de
desenvolvimento propostas para a região e seus impactos e possam exercer
pressão política sobre as autoridades que tendem a desconsiderar os aspectos
socioambientais de suas decisões.
A
região Norte há até pouco tempo esteve a margem do desenvolvimento do país.
Ainda que nos últimos anos o governo federal tenha realizado esforços para
levar suas políticas públicas para esta região, o processo é muito recente,
tudo se encontrando nas fases iniciais de desenvolvimento. No caso da educação
superior, existem universidades locais pelo território, entretanto é muito
difícil encontrar profissionais para ocupações menos convencionais como as
relacionadas com o desenvolvimento socioambiental. O processo de formação pode
ter o efeito de sensibilizar os participantes para se envolver
profissionalmente com a questão socioambiental na Amazônia.
Com
o avanço do progresso sobre as terras amazônicas, as comunidades tradicionais
têm vivido um rápido processo de modernização. Diante da exposição ao modo de
vida moderno propagado pelos meios de comunicação a que agora tem acesso,
jovens ribeirinhos tem desenvolvido uma baixa autoestima a cerca de sua
identidade diferenciada. Como o discurso da mídia não apresenta muitas
alternativas estas comunidades muitas vezes tem a imagem de si como algo
atrasado. Apresentar para aos jovens ribeirinhos a ideia de que, num contexto
em que os processos convencionais de desenvolvimento ameaçam a integridade da
floresta e que diante das mudanças climáticas que estamos vivendo isto seria
inadmissível para o futuro do planeta, e que seu modo de vida tradicional em
simbiose com a floresta traz elementos essenciais para criação de um outro tipo
de desenvolvimento pode resgatar o orgulho desses jovens de pertencer ao grupo
dos povos da floresta e gerar lideranças engajadas com a construção do futuro
de sua comunidade e com a manutenção da floresta.
Os
jovens ribeirinhos participantes da formação seriam em suas comunidades
multiplicadores deste ideal. Além disto sua presença abriria nas comunidades um
canal de comunicação altamente efetivo
que teria o poder de garantir o acompanhamento mais contínuo de projetos
realizados.
Um
seminário multidisciplinar apresentando a discussão de questões socioambientais
amazônicas em São Paulo complementaria a ação do NAPRA: de um lado concluiria o
processo divulgando a causa amazônica e o trabalho da instituição para um
público maior, por outro atrairia mais pessoas para participar da formação no
próximo ciclo.
Apesar
de contar com uma universidade federal, devido ao modelo desenvolvimentista bem
arraigado do estado, nos meios acadêmicos de Rondônia os estudantes tem pouco
acesso a discussão de assuntos ligados aos povos da floresta. Um seminário
poderia abrir um espaço dentro da universidade para discutir este tipo de
assunto e gerar a semente de um possível núcleo de formação em Porto Velho.
Público Alvo
·
Profissionais e estudantes
universitários com interesse em conhecer e ter uma experiência de trabalho
voluntário na Amazônia Brasileira;
·
Jovens ribeirinhos
interessados em discutir sua realidade e conhecer de dentro o NAPRA;
·
Comunidades ribeirinhas da
Região do Baixo Madeira de Porto Velho.
Operacionalização
- A1
- Gestão do Projeto:
As
atividades planejadas neste projeto serão organizadas pelo gestor contratado em
regime de CLT com carga horária a cumprir de 20 horas semanais, que ficará
responsável pela prestação de contas, recebimento de materiais, acompanhamento
das prestações de serviços, e diálogo e intermédio com a instituição
financiadora.
·
A2 - Divulgação do processo de
formação e atividades de comunicação
Durante todo o ano um profissional
vai semanalmente produzir e publicar notícias – como, por exemplo, entrevistas
de ex-naprianos ou dos especialistas convidados para formação, relatos de
projetos e de experiências, etc...
A campanha de divulgação será
coordenada por esta pessoa, sendo realizada via site, mídias sociais e vias
convencionais – cartazes e panfletos. Também serão realizadas apresentações do
trabalho do NAPRA nas universidades e instituições relevantes de São Paulo,
Campinas, São Carlos, Catanduva e região.
·
A3 - Processo Seletivo
O processo seletivo será realizado
através de um questionário, de uma carta de apresentação, de uma entrevista e
de uma dinâmica de grupo.
2 profissionais em regime de
consultoria serão responsáveis pela realização do processo. Contarão com a
ajuda de 3 estagiários;
·
A4 - Processo de Formação
O processo de formação terá duração
XX meses e será realizado em X encontros mensais de final de semana,
totalizando XXh, mais uma vivência de 28 dias em uma comunidade ribeirinha na
Região do Baixo Rio Madeira em Rondônia.
A parte teórica será apresentada
previamente a reunião mensal em textos e vídeos relacionados aos assuntos a
serem discutidos no módulo, enviados aos participantes pela coordenação de
formação. A metodologia dos encontros são
exposições e discussões abertas, facilitadas por alguém da coordenação de
formação e com a participação de um convidado especialista com experiência na
região amazônica. Complementarmente serão utilizados exercícios interativos e
dinâmicas para consolidar o aprendizado.
A parte prática se inicia com grupos
multidisciplinares de trabalho para elaboração dos projetos de atuação nas
comunidades e se conclui com a execução e avaliação dos projetos executados. A
coordenação de atuação supervisionará e orientará este processo.
Conteúdo:
· Terceiro Setor
e Empreendedorismo
· O NAPRA como
Organização Social
· A geografia
e processo histórico de ocupação da Amazônia;
· Desmatamento
na Amazônia e Estratégia de Conservação
· Contexto
Sócio-Político e Econômico da Região de Atuação do NAPRA
· Conceito de
Comunidade, as Comunidades Ribeirinhas e os povos da Floresta;
· Educação
Popular
· Mobilização
Social, Participação Social e Cidadania
· Políticas
Públicas
· Educação em
Saúde
· Tecnologias
Sociais e cadeias produtivas extrativistas;
· Controle
Social e conselhos;
· Inserção em Comunidades,
Relacionamento Interpessoal
· Metodologia
para a Elaboração de Projetos Sociais
· Avaliação de
Resultados e Elaboração de Relatórios
·
A5 - Acompanhamento técnico
Para garantir a construção dos
projetos com as comunidades, acompanhar o andamento do que foi realizado e
participar das reuniões de conselhos sociais que nossa instituição faz parte,
duas pessoas da coordenação visitarão Porto Velho a cada dois meses.
·
A5: Viagem de vivência e
atuação
Após a preparação, os integrantes do
NAPRA realizam a vivência e atuação durante todo o mês de Julho em uma das
quatro comunidades ribeirinhas apoiadas pela organização, localizadas ao longo
do Baixo Rio Madeira, em Porto Velho (RO).
Nessa
Etapa, acompanhados por coordenadores, os integrantes passam por uma formação
prática, dando continuidade a todo aprendizado que tiveram durante os meses
anteriores implementando os projetos construídos na etapa anterior de acordo
com as demandas dos ribeirinhos e com as linhas de atuação do NAPRA.
·
A6: Avaliação e
encaminhamentos dos projetos
·
A7: Divulgação do Seminário em
São Paulo
O
coordenador de comunicação realiza via site, mídias sociais e vias
convencionais – cartazes e panfletos – nas universidades e instituições
relevantes de São Paulo, Campinas, São Carlos, Catanduva e região.
·
A8: Realização do Seminário em
São Paulo
O evento terá 3 dias de duração.
Será composto por exposições e mesas redondas com especialistas em questões socioambientais
amazônicas. Serão contratados em regime de consultoria um coordenador didático,
um auxiliar e um secretário para registrar o evento.
·
A9: Divulgação do Seminário em
Rondônia
O
coordenador de comunicação realiza via site, mídias sociais e vias
convencionais – cartazes e panfletos – nas universidades e instituições
relevantes de Rondônia, Acre e sul do Amazonas.
·
A10: Realização do Seminário
em Rondônia
O
evento terá 3 dias de duração. Será composto por exposições e mesas redondas
com especialistas em questões socioambientais amazônicas. Serão contratados em
regime de consultoria um coordenador didático, um auxiliar e um secretário para
registrar o evento.
Orçamento
e Cronograma
Em documento
separado.
Anexo I – Ações realizadas nas comunidades pelo
NAPRA no período de 2006-2015
Período
|
Projeto
|
Objetivos
|
Financiadores/Apoio
|
2006
|
Curso “Semear educação
para colher cidadania”
|
O curso apresenta um conteúdo voltado à
realidade ribeirinha de modo a valorizar o contexto local, despertando a
consciência crítica e o papel de multiplicador. O trabalho é realizado com
educadores locais e aborda também algumas questões socioambientais no
contexto da escola.
|
NAPRA
Secretaria Municipal de Educação de
Porto Velho
|
2007
|
I Festival Pan
Ribeirinho de Esporte
|
Projeto realizado em alusão aos jogos Pan Americanos de 2007, valorizando o
engajamento e a capacidade de organização coletiva dos jovens. O evento foi
criado a partir da realidade local, com esportes regionais, visando ainda
ampliar a consciência dos jovens para o cuidado com o meio ambiente.
|
NAPRA
|
2008
|
Educação em Direitos
Humanos
|
O trabalho tem como meta a educação
|
NAPRA
|
2006
2007
2008
2009
2010
2011
|
Educação Continuada em
Saúde
|
Colabora com a formação de agentes de
saúde, líderes comunitários e outros cidadãos interessados, nos aspectos
pessoais e técnicos, para promover a saúde, a qualidade de vida na região e o
engajamento da população quanto aos cuidados com o meio ambiente. Esse
projeto visa, ainda, estimular a multiplicação e atualização do conhecimento,
bem como a organização e engajamento social por meio das instâncias oficiais
de Controle Social (Conselhos).
|
NAPRA
Secretaria
Municipal de Saúde de Porto Velho
|
2006
2007
2008
2009
2010
2011
|
Atenção em Saúde
|
Visa oferecer à população local cuidado
integral a saúde, em parceria com profissionais da rede pública local,
colaborando com as estratégias do Programa de Saúde da Família para a região.
São realizadas atividades preventivas e atendimentos curativos na área da
medicina, enfermagem, odontologia e fisioterapia. Também são realizadas
atividades educativas, tendo como foco a higiene pessoal, saneamento básico e
meio ambiente.
|
NAPRA
Secretaria
Municipal de Saúde de Porto Velho
Faculdade de Medicina de Catanduva -
FAMECA
Fundação Padre Albino
Medley
Dentsply
Dentalis – Softwares para Odontologia
Colgate
W3PRO
SSWhite/Duflex
– São Paulo-SP
FMG Produtos Odontológicos Ltda. – São
Paulo-SP
Dental Rosário de Bragança Paulista –
Bragança Paulista-SP
Associação
de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia - EMATER-RO
|
2006
2007
2008
2009
2010
2011
|
TeleSaúde
|
Tem como meta disponibilizar recurso
tecnológico e capacitar pessoas, nas comunidades isoladas, para operar o
sistema de virtual de comunicação, visando à realização de teleconferências,
teleaulas e teleconsultas. O projeto também pretende ampliar a Rede de
Educação Permanente
|
NAPRA
Secretaria
Municipal de Saúde de Porto Velho
Banco
Itaú
FAMECA
Fundação Padre Albino
ITMS Telemedicina do Brasil
Universidade do Estado do Amazonas -
Pólo de Telemedicina da Amazônia
GoDoctor Telemedicina
|
2006
2007
2008
2009
2010
2011
|
Bebedouro Comunitário
|
Atuação conjunta entre as áreas de
saúde, produção e educação ambiental, visando à criação de soluções de
engenharia que colaborem para a melhoria das condições de infra-estrutura e
saneamento local e, conseqüentemente, para o uso responsável da água e a
prevenção de doenças freqüentes nas comunidades.
|
NAPRA
FAMECA
Fundação Padre Albino
|
2006
|
Estudo da Cadeia
Produtiva do Timbó
|
Estudo realizado para identificar a presença
do timbó na região e as possibilidades da sua extração, com renda revertida
para as comunidades.
|
Humanita
UNICAMP
NAPRA
|
2006
2007
|
Pesquisa sobre
Produção e Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros
|
Esse estudo teve a participação de
cientista da London School of Economics
(Inglaterra), com o objetivo de mapear a realidade local e as oportunidades
de comercialização de produtos não-madereiros.
|
Global Engineering Team – Berlim-Alemanha
Technischen Universität Berlin – Berlim-Alemanha
NAPRA
UFSCAR – PPG em Ecologia e Recursos
Naturais
UFSCAR – PPG em Engenharia de Produção
|
2006
2007
|
Curso “Passo a Passo:
da produção à comercialização”
|
O curso teve como objetivo a troca de
informações e a formação de produtores locais, incluindo temas como sistemas
agroflorestais, organização comunitária, planejamento, controle de custos,
turismo ecológico e apresentadas formas de agregar valor aos produtos locais.
Além das aulas teóricas, foram realizadas visitas às associações e
cooperativas modelos no estado de Rondônia.
|
EMATER-RO
NAPRA
|
2006
2007
2008
|
Plano de Manejo da
Gestão Integrada Cuniã-Jacundá
|
Parceria estabelecida com o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio para levantamento dos
Programas e Subprogramas e potenciais Instituições parceiras da RESEX Cuniã,
elencados para o Plano de Manejo.
|
NAPRA
ICMBio
|
2006
2007
2008
2009
|
Mini-Fábrica
|
Desenvolvido em parceria com o Global Engineering Teams (GET), com a
participação de discentes de três universidades: Universidade de São Paulo
(Brasil), Stellenbosch University
(África do Sul) e a University of
Technology Berlin (Alemanha). Dois produtos foram desenvolvidos: oficina
de biojóias e secadora para o manejo da castanha-do-Brasil.
|
ASA Program
Global
Engineering Team – Berlim-Alemanha
Technischen
Universität Berlin – Berlim-Alemanha
NAPRA
UFSCAR – PPG em Ecologia e Recursos
Naturais
UFSCAR – PPG em Engenharia de Produção
Missionárias de Jesus Crucificado – São
Carlos do Jamary
|
2006
2007
2008
2009
2010
2011
|
Grupo de Artesanato em
Biojóias
|
Oficinas realizadas para a formação de
artesãos, com foco na produção e comercialização de biojóias. As peças são
elaboradas a partir de sementes e outros elementos da natureza. O grupo
encontra-se organizado para executar as peças mediante encomenda, mas também
para a comercialização no varejo.
|
NAPRA
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - SEBRAE
Missionárias de Jesus Crucificado – São
Carlos do Jamary
|
2008
2009
|
Percepção local sobre
Ampliação da Floresta Nacional - FLONA Jacundá
|
Parceria estabelecida com o ICMBio para
a realização de oficinas comunitárias para avaliar a percepção dos moradores
sobre o projeto de ampliação dos limites da FLONA Jacundá
|
NAPRA
ICMBio
|
2008
2009
2010
2011
|
Fortalecimento de
Lideranças
|
São realizadas reuniões e seminários
com diferentes lideranças comunitárias, visando a organização social para a
busca de soluções conjuntas para as questões socioambientais de cada
comunidade. Além disso, o NAPRA também participa de seminários e assembléias
de diferentes associações locais (tais como Associação dos Produtores de
Farinha, dos Extrativistas, Associação de Moradores, Associação de
Pescadores, Grêmio Estudantil, entre outras), contribuindo com o processo de
fortalecimento dos grupos sociais.
|
NAPRA
|
2008
2009
2010
2011
|
Manejo do Lixo
|
Composto por atividades educativas
tanto para crianças quanto jovens e adultos, por meio de oficinas de
reciclagem, teatro, implantação de lixeiras, criação de composteiras (visando
melhorar o destino dos resíduos orgânicos e produzir adubo para a horta
comunitária), etc. O NAPRA também busca o diálogo com o poder público local
(administração dos distritos
Secretarias Municipais) para intermediar a solução para a redução dos
resíduos sólidos nas comunidades.
|
NAPRA
Ada Açaí
Amazônia
Brasil (Programa de Educação Ambiental da UHE Santo Antonio)
Eletrobrás
Faculdade
São Lucas
Índia
Amazônia
Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Ministério
Público Estadual de Rondônia
Governo
Estadual de Rondônia
Prefeitura
Municipal de Porto Velho
Serviço
Florestal Brasileiro
|
2008
2009
2011
|
Horta Comunitária
|
Criação de horta comunitária, por meio
de oficinas nas escolas, visando a educação em segurança alimentar e o manejo
dos resíduos orgânicos. Foram implantadas hortas nas comunidades de Nazaré e
Calama.
|
NAPRA
EMATER-RO
Escola Estadual General Osório – Calama
Escola Municipal General Osório –
Nazaré
|
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
|
Fortalecimento da
cadeia produtiva da castanha
|
Em 2008 foi formado em São Carlos e
Lago do Cuniã, com o objetivo de organizar a produção para a venda na entressafra.
Com o tempo este grupo constituiu uma associação que com nosso apoio
conseguiu acessar através de um projeto recurso da CESE para construção de um
paiol de armazenamento. O estoque tem aumentado ano a ano e na última safra,
através do acesso à capital de giro para formação de estoque através de uma
política pública do governo federal o PAA CPR estoque apoiamos a formação de
um estoque de mais de 20 t, envolvendo mais de 20 famílias castanheiras que
receberam um preço justo por sua produção.
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ASA Program
Global
Engineering Team – Berlim-Alemanha
Technischen
Universität Berlin – Berlim-Alemanha
NAPRA
UFSCAR – PPG em Ecologia e Recursos
Naturais
UFSCAR – PPG em Engenharia de Produção
Missionárias de Jesus Crucificado – São
Carlos do Jamary
CESE
CONAB-RO
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2010
2011
2013
2014
2015
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Formação para a
Elaboração de Projetos
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Através de associações comunitárias, o
NAPRA desenvolveu uma formação com moradores interessados, visando à
elaboração de projetos para serem submetidos a editais como forma de levantamento
de recursos diretos para as comunidades. Já foram elaborados e acompanhados a
execução e prestação de conta de 3 projetos para o edital de pequenos
projetos da CESE.
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NAPRA
IIEB
CESE
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2013
2014
2015
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Criação das bases do
manejo sustentável do pirarucu no Lago do Cuniã
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A comunidade do Lago do Cuniã decidiu
fechar voluntariamente em seu território a pesca do pirarucu entre 2013 e
2017 devido à condição vulnerável da espécie. Em 2013 a ASMOCUN buscou o
NAPRA para apoia-la na elaboração de um projeto para estabelecer as bases do
manejo sustentável da espécie a partir de 2017. Tal projeto foi elaborado,
apresentado a SEMA de Porto Velho que o financiou e está sendo executado com
acompanhamento técnico do NAPRA.
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NAPRA
ICMBio
SEMA
Instituto Mamirauá
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Anexo 2 UMA
SÍNTESE SOBRE O MÉTODO DE TRABALHO DO NAPRA
O NAPRA é uma organização que se
apóia na gestão participativa e democrática, privilegiando a relação de
parceria com os seus diversos atores sociais: profissionais e estudantes que se
tornam membros da organização, população das -comunidades onde atuamos,
representantes das diferentes instituições públicas, privadas, sociais,
comunitárias com quem compomos o nosso trabalho e/ou que apóiam nossa
trajetória. O funcionamento do NAPRA está intimamente entrelaçado pelos
princípios da educação popular, da interdisciplinaridade, da valorização das
formas tradicionais de vida na floresta, e da participação social.
Considerando o duplo objetivo de
formar seus membros e contribuir com o fortalecimento das comunidades
parceiras, o trabalho do NAPRA é organizado em dois contextos diferentes: na
região do estado de São Paulo, onde ocorrem as principais atividades de
formação teórico-prática e no estado de Rondônia, mais especificamente nas
comunidades ribeirinhas do Madeira, onde concentramos nossa força de trabalho
voluntário para uma atuação de campo direta. Vale ressaltar que ambos estão
intrinsecamente conectados e sustentam nossa missão.
Por um lado, nosso trabalho se dá no
meio Universitário de quatro cidades do estado de São Paulo: Campinas, São
Carlos, São Paulo e Catanduva. Nessas cidades são sediadas as Regionais do
NAPRA, compostas por membros selecionados pelo processo de seleção do ano em
questão e de membros antigos da ONG, que moram na respectiva cidade e/ou seu
entorno. Cada regional é coordenada por estudantes e/ou profissionais
voluntários eleitos anualmente para a função, em Assembléia Geral
Ordinária. Os membros da Regional reúnem-se semanalmente para
cumprir as diferentes atividades de formação previstas no nosso planejamento e
descritas detalhadamente mais adiante.
Essas Regionais também sediam,
alternadamente, as Reuniões Gerais do NAPRA, que ocorrem durante um final de
semana a cada mês. Nesses encontros, promovemos: o alinhamento das equipes; as
Assembléias Gerais (Ordinária e Extraordinárias), reuniões administrativas;
acompanhamento da gestão dos Coordenadores Regionais; acompanhamento da
execução dos planos de Mobilização de Recursos e de Divulgação da Causa; entre
outras atividades. Também são nas Reuniões Gerais que realizamos parte das
atividades de formação, como o NAPRA Convida (palestras e/ou oficinas com
profissional convidado para trabalhar uma temática previamente definida) e as
oficinas de elaboração dos projetos de intervenção socioambiental. As reuniões
regionais e gerais acontecem sempre muito próximas às instituições de ensino
contando com o apoio destas, seja para a infra-estrutura, ou com
recursos-humanos e outros tipos de parcerias.
É durante esses encontros regionais
e gerais que, de acordo com os diagnósticos já realizados e com os projetos que
estão sendo encaminhados pela regional Porto Velho, os projetos de intervenção
em campo são incubados. As equipes de trabalho são formadas conforme o número
de comunidades parceiras, a fim de que possam se debruçar sobre o seu
mapeamento e demandas com detalhe e compor a proposta de intervenção.
Vale esclarecer que os projetos são
estruturados e organizados de acordo com uma série de variáveis previamente
definidas pelos diferentes atores sociais: membros da coordenação do NAPRA,
lideranças comunitárias, representantes dos diferentes parceiros (do poder
público à instituições sociais e comunitárias), entre outros. A cada ano de
formação/atuação, os projetos são revistos e reelaborados, respeitando-se o
ciclo ilustrado no quadro abaixo.
O planejamento dos projetos do NAPRA
busca contemplar as demandas locais, que são sistematicamente mapeadas,
propondo atividades de curto, médio e longo prazos. Os projetos se apóiam em
referenciais inovadores dentro das áreas de competências em foco,
privilegiando, no mínimo, três níveis de intervenção: a promoção do ser, a
prevenção dos problemas e a intervenção específica sobre um problema já
instalado. É importante enfatizar que o NAPRA tem estabelecidos 5 eixos de
atuação, a saber: organização comunitária, práticas sustentáveis de produção,
economia solidária, educação em saúde, saneamento ambiental. É dentro desses
eixos que as atividades são planejadas.
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